quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Noite de Samba

Dia das crianças e todas elas na rua correndo e se enchendo de doces. Minha linda tava lá, é claro. Aproveitei que ela se distraída e não ia resmungar muito se eu fosse embora cedo e fui. Precisava ler e escrever para o projeto de conclusão do curso (oh graduação suada!).

No ônibus, a caminho de BH, ouvia “...se ninguém se animar eu vou quebrar meu tamborim...” quando senti meu celular vibrando.

- Fala, Carol.
- Blá, blá, blá no Cartola.
- Blá, blá, blá porque tenho que estudar, mas... vamos sim!

Planeta Bola, longneck de Skol e pensamentos coloridos até, finalmente, chegarmos ao Cartola. Ah, antes do finalmente tivemos de passar por uma Igreja que cantava louvores em muitos decibéis. Chegamos.

Putz, todas as mesas reservadas. “Vamos ficar ao lado desta mesa”. E o garçom fez o que mais queríamos: tirou as cadeiras que sobravam. Abri minha bolsa e a Carol enfiou nela o papel onde se lia “José Roberto - 4 pessoas - Mesa Reservada”. Tanto trabalho e tanto teatro para passarmos a noite inteira em pé, sambando.

Noite linda, samba de primeira, ‘parabéns para você’, Cartola, encontro inesperado, desencontro, saudade, ausência, abandono, cartela perdida, olho machucado, escada... Foi demais para uma noite só!


Tava que não me agüentava mais. Era domingo à tarde. Estava triste. Estava chorando. Não agüentava mais esperar pelo telefone mudo que não tocava nunca. Eu queria alguma coisa. Alguma coisa boa. Alguma coisa minha. Tinha que ser reconfortante, acalentador, com remelexo... Lua Lacerda e samba!

Lua tinha um milhão de coisas pra fazer. Estava voltando de viagem e não tinha muito tempo porque tinha que fazer um trabalho e... “eu só precisava de amiga” e bastou. Ela disse que precisar de uma amiga era mais importante. Linda, essa Lua.

Samba. Depois de “11 homens e um segredo” e seus respectivos, “Lua e Girassol e o incidente da mesa reservada” – novo sucesso das bilheterias. Dizem que vai até virar livro.

E o samba... Ai, o samba. O samba estava lindo. Feito para Cartola. Tinha anjo meu, amigos, vestido bonito e toda aquela vontade de gritar cantando saindo goela abaixo! Esse samba, esse específico samba, foi demais, Tia Carol! Esse samba tava um “samba do crioulo doido”. Foi um samba de conversar muito no começo sobre um bilhão de coisas que virariam belas histórias, de deixar a menina sambar em paz, descontroladamente, sem regra, sem passo, sem pudor.

Esse foi DIFERENTE. E eu acho que foi DIFERENTE porque foi um samba de libertação, libertinagem, sabotagem, sem lenço, sem documento!, como as antigas férias de verão. É porque foi justamente um samba daqueles “de quebrar o tamborim”!



Lua Lacerda e Bahasi Girassol

Um comentário:

Bailarina disse...

E não é que a noite foi de quebrar o tamborim de tão boa?!!!!

Estava lá e vi! Menos o lance da mesa...Mas a Lua me contou depois! Qdo crescer quero ser `quinem` vocês viu!!!!

Aki...Passe as fotos para essa pobre amante do samba, `plis`!

Bjks